Factor Solar dos Vãos Envidraçados – Eficiência Energética

Para além do coeficiente térmico dos vãos envidraçados é importante considerar o factor solar do vidro que os compõe, pois no Verão permite reduzir a quantidade de calor que entra pelo envidraçado através da radiação solar.

O Factor solar do envidraçado é o quociente entre a energia transmitida para o interior através de um vão envidraçado com o respectivo dispositivo de protecção e a energia da radiação solar que nele incide. RCCTE (Dec.-Lei n.º 80/2006)

Factor Solar - Vãos Envidraçados
Factor Solar – Vãos Envidraçados

Valores retirados do RCCTE (Dec.-Lei n.º 80/2006). As linhas horizontais representam os coeficientes de referência e os limites máximos constantes no regulamento para as zonas climáticas.

As protecções exteriores à excepção do estore com lona muito transparente cumprem os coeficientes de referência do RCCTE para dispensa de verificação detalhada do regulamento.

As portadas de madeira exterior de cor clara têm o melhor desempenho.

As persianas de réguas e as venezianas são soluções que têm bastantes vantagens no Verão, pois para além de terem um factor solar baixo (reduzindo a entrada de calor através da radiação solar) permitem a entrada de ventilação natural quando estas estão fechadas.

Dentro das soluções de protecção interior a protecção entre os dois vidros (no caso de caixilharias duplas ou simples de vidro duplo) tem um melhor desempenho.

As protecções opacas embora tenham um melhor desempenho não permitem a entrada de luz natural para iluminação durante o dia, não sendo por isso recomendáveis.

Eficiência Energética - Tipos de Vidros
Eficiência Energética – Tipos de Vidros

Vãos Envidraçados – Eficiência Energética

A escolha da caixilharia e do tipo de vidro para os vãos envidraçados é preponderante no comportamento térmico do edifício.

Na escolha da caixilharia é necessário ter em conta a capacidade de isolamento acústico e térmico.

Os materiais mais utilizados são:

  • Caixilharia de madeira
  • Caixilharia de alumínio
  • Caixilharia de alumínio com corte térmico
  • Caixilharia de PVC
Eficiência Energética - Coeficiente Transmissão Térmica Envidraçados
Eficiência Energética – Coeficiente Transmissão Térmica Envidraçados

Os valores apresentados equivalem a uma caixilharia simples de vidro duplo retirados de tabelas do LNEC (1). As linhas horizontais representam os coeficientes de referência do RCCTE para as zonas climáticas.

(1) Coeficientes de transmissão térmica de elementos da envolvente dos edifícios, Santos, Pina e Matias Luís, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 2006

A caixilharia em PVC e madeira tem um melhor desempenho que a caixilharia em alumínio com e sem corte térmico.

Entre as soluções de caixilhos em alumínio tem melhor desempenho térmico o caixilho fixo e o giratório em relação ao caixilho de correr.

O PVC é o material que apresenta melhores índices de isolamento acústico.

A madeira e o alumínio têm índices similares de isolamento acústico.

A madeira é um material mais ecológico, durável (com um tempo de vida de cerca de 40 anos) e bastante resistente, se for de origem de florestas certificadas, e se receber tratamento adequado não necessita sequer neste caso de alguma manutenção.

O alumínio é um material bastante resistente e durável com acabamento de preferência anodizado, no entanto tem uma grande energia incorporada e tem um grande impacto no aquecimento global.

O PVC é um material bastante resistente, moderadamente durável (com um tempo de vida de cerca de 25 anos), reciclável, no entanto o PVC branco tende a mostrar descoloração ao envelhecer e é um derivado da indústria petroquímica.

As caixilharias com lâmina de ar de 16 mm têm um melhor desempenho térmico que as caixilharias com lâmina de ar de 6 mm.

As caixilharias com permeabilidade ao ar baixa tem um desempenho térmico melhor do que com permeabilidade elevada, no entanto o vão envidraçado deve possibilitar a renovação de ar.

A renovação de ar das caixilharias contribui para a ventilação natural e evita a produção de condensações no interior. Estas renovações de ar implicam perdas de energia pelo que é necessário criar um equilíbrio entre elas.

No mercado existem grelhas de ventilação aplicáveis em caixilhos de madeira, alumínio ou PVC que permitem a ventilação com a janela fechada.

As aberturas nos caixilhos são reguladas manualmente permitindo o aumento do caudal de ventilação natural no interior e a remoção do vapor de água, tanto de Verão como de Inverno.

A orientação dos vãos envidraçados determina a escolha do tipo de vidro. Os envidraçados orientados a Norte devem evitar as perdas de calor para o exterior e os expostos a Sul devem reduzir a entrada da radiação solar.

O vidro baixo emissivo (low E) ou também designado de vidro de isolamento térmico reforçado é um vidro que permite um óptimo isolamento térmico ao reduzir as perdas de calor. Este vidro pode ter um factor solar baixo ou elevado. O factor solar do vidro deve ser tido em consideração com o coeficiente de transmissão térmica do vidro. Os vidros com factor solar baixo para além do isolamento térmico no Inverno proporcionam uma boa protecção contra o calor, sendo ideais para uso em envidraçados com exposição ao Sol directa e sem protecção solar. Os vidros com factor solar elevado proporcionam a entrada do calor do Sol e da luz natural e igualmente permitem um óptimo isolamento térmico, sendo ideais quando o objectivo é maximizar as trocas solares e luminosas.

O vidro duplo pode integrar no seu interior uma lâmina de ar seco ou um gás de isolamento térmico (argón por exemplo) aumentando o seu desempenho térmico e luminoso, no entanto é uma solução mais dispendiosa.