As características climáticas do local, são condicionantes essenciais a considerar nas trocas térmicas entre a envolvente do edifício e o ambiente exterior.
Lisboa é uma das cidades da Europa com maior disponibilidade de radiação solar com valores na ordem de 2800 horas de insolação por ano, atingindo os valores máximos nos meses de Julho e Agosto, altura em que o Sol se encontra bastante elevado, e atingindo os valores mais baixos nos meses de Inverno (INMG, 1991).
As amplitudes entre o Inverno e o Verão da temperatura média do ar em Lisboa, podem atingir uma diferença de mais de 10ºC (Figura 1). Quanto às temperaturas extremas, os valores atingem nos meses de Verão entre os 38 e os 41ºC e cerca de 0,5ºC nos meses de Inverno (INMG, 1991).
O Chiado encontra-se numa zona urbana densamente ocupada, com grande capacidade de acumulação térmica dos edifícios. Os materiais que compõem os edifícios e a sua envolvente têm maior conductividade térmica e capacidade calorífica que as zonas revestidas de arbustos e florestas, pelo que armazenam em maior quantidade a energia da radiação solar. A energia calorifica acumulada durante o dia pelos edifícios é libertada durante a noite, impedindo o arrefecimento rápido da atmosfera urbana, o que irá alterar o ciclo diurno da temperatura (Azevedo, 1982).
1- Os dados climáticos fornecidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica referem-se à estação Geofísico / Lisboa , por ser a estação mais próxima da zona em estudo, com as coordenadas de 38º43’ de latitude e 9º09’ de longitude e 77m de altura, obtidas segundo as convenções internacionais de clima a um período de 30 anos abrangendo o período entre 1961 e 1990 (INMG, 1991)
Quanto aos valores observados da humidade relativa do ar, verifica-se que nos valores mensais médios, registados nos meses de Julho, Agosto e Setembro correspondem os valores mais baixos, entre 55 e 65%, e os meses de Janeiro e Dezembro com os valores mais altos, entre 75 e 80% (Figura 2). Segundo o critério convencional da classificação de climas quanto à humidade do ar, Lisboa com uma média anual de 71% classifica-se como clima seco – média anual da humidade relativa maior que 55% e menor que 75% (Gomes, 1962).
Relativamente ao número de graus-dia de aquecimento e arrefecimento1, estes não constituem propriamente um dado climático, mas têm particular interesse para o cálculo das necessidades de aquecimento e arrefecimento nos edifícios. Estes valores são disponibilizados em publicações, pelo Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica e pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (INMG/LNEC, 1987).
O meio de representação do clima mais conhecido é o gráfico psicométrico, apresentado na secção seguinte, que permite compreender as condições climáticas representando a combinação entre a temperatura de bolbo seco e molhado, a humidade relativa do ar e a pressão atmosférica.
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